Justiça americana nega novo julgamento a 'Diddy'; rapper pode pegar 20 anos de prisão

Rapper foi condenado por promover viagens interestaduais para fins de exploração sexual - infração prevista na legislação americana

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A Justiça americana negou um pedido de absolvição e de um novo julgamento apresentado pelo rapper Sean "Diddy" Combs, 55. O artista, que já foi um dos nomes mais influentes da música e da moda, terá a sentença definida nesta sexta-feira (3), em Nova York, após ser condenado por duas acusações de promover viagens interestaduais para fins de prostituição - uma infração prevista na legislação federal dos Estados Unidos, conhecida como Lei Mann.

"Diddy" foi absolvido das denúncias mais graves - como tráfico de pessoas e conspiração para formação de quadrilha (equivalente à associação criminosa, no direito brasileiro) - que poderiam ter resultado em prisão perpétua. Diante disso, a defesa pediu um novo julgamento apenas em relação às acusações de prostituição, alegando que ele foi enquadrado de forma injusta na Lei Mann, pois as atividades sexuais teriam sido sempre "consensuais".

O juiz Arun Subramanian rejeitou o pedido. Segundo documentos processuais obtidos pelo The New York Times, o magistrado citou a ex-namorada do astro, a cantora Cassie Ventura, e de uma mulher identificada apenas como "Jane", que testemunharam contra ele durante as oito semanas de julgamento. "A promotoria apresentou provas contundentes da culpa de Combs sob a Lei Mann em diversas ocasiões, tanto em relação a Ventura quanto a Jane. O caso foi comprovado repetidas vezes. Isso, por si só, já basta para rejeitar o recurso de Combs."

Preso desde setembro de 2024 no Metropolitan Detention Center, situado no bairro do Brooklyn, o produtor pode pegar até 10 anos de prisão por cada acusação, um total de 20 anos.

A defesa pediu uma pena máxima de 14 meses, o que, com bom comportamento, poderia levar à libertação imediata do rapper. Já a promotoria solicitou ao menos 11 anos e três meses de prisão.

Em depoimento, a ex-parceira do artista relatou ter sido forçada a participar das famigeradas "freak offs" (orgias) e alegou violência sexual e física ao longo de mais de uma década de relacionamento.

Em carta entregue ao tribunal, ela escreveu: “No meu depoimento, afirmei que, desde os 19 anos, Sean Combs usou violência, ameaças, drogas e controle sobre minha carreira para me aprisionar em mais de uma década de abusos. Ele me forçou a repetir atos sexuais com profissionais do sexo contratados, quase toda semana, em eventos degradantes e exaustivos.”