Robert Redford morreu carregando a dor da perda do filho, relatam ex-vizinhos
Ator e diretor nunca superou a morte do filho James, em 2020, e passou os últimos anos marcado pelo luto
O ator e diretor Robert Redford faleceu aos 89 anos, no último dia 16, em sua casa em Utah, nos Estados Unidos, carregando uma "tristeza profunda" pela morte do filho James, vítima de câncer em 2020. Segundo antigos vizinhos, o vencedor do Oscar passou seus últimos anos marcado pelo sofrimento enquanto tentava superar a perda.
O astro de "Entre dois Amores" (1985) morou por vários anos na Baía de São Francisco, Califórnia, ao lado da esposa, a pintora Sibylle Szaggars, 68. De acordo com moradores locais ouvidos pelo jornal britânico Daily Mail, apesar de sempre se mostrar gentil e acolhedor, o luto acompanhou o artista em seus momentos finais.
Um garçom de um restaurante da região afirmou: "Ele era um dos meus melhores fregueses e vinha toda semana. Bob, como o chamávamos, se sentava sempre na mesma mesa redonda com a esposa e amigos e era extremamente gentil. Ele conversava com a equipe e era muito cordial, fazia perguntas e se interessava por todos. Mas havia uma tristeza profunda nele desde que o filho morreu há alguns anos."
O funcionário acrescentou: "Bob falava sobre o quanto sentia falta do filho, era algo de partir o coração para ele. Ele sentia que havia perdido uma parte de si, era difícil viver sem seu garoto. Foi dilacerante para ele ver o filho morrer daquela forma."
James faleceu de câncer em outubro de 2020, aos 58 anos. Diagnosticado no início dos anos 1990 com colangite esclerosante primária - doença crônica que afeta o fígado e os dutos biliares -, ele passou por dois transplantes de fígado antes de fundar o James Redford Institute for Transplant Awareness. Em 1999, lançou o documentário "The Kindness of Strangers", sobre a vida de doadores e receptores de órgãos.
A dor da perda não foi a única na vida de Redford. Em 1959, com sua primeira esposa, a historiadora Lola Van Wagenen, o ator de "O Encantador de Cavalos" (1998) enfrentou a morte do primogênito do casal, Scott, vítima da síndrome da morte súbita infantil, aos dois meses de idade.
Em entrevista à Esquire UK em 2017, o ícone de Hollywood relembrou a tragédia. "Eu tinha apenas 21 anos; minha esposa, 20. Estávamos começando nossas vidas. Eu ainda estava iniciando minha carreira em Nova York. Claro que foi traumático, e como isso se desdobra ao longo do tempo, não sei. Tivemos que lidar com isso. Você precisa seguir em frente. E tivemos outros filhos que vieram depois. Mas algo assim nunca é completamente superado. Provavelmente [a dor] vem à tona de várias pequenas formas das quais você nem tem consciência."
