Michel Temer se manifesta após Lula chamá-lo de 'golpista': 'Narrativas ideológicas'
Em uma coletiva de imprensa em Montevidéu, o atual presidente afirmou que o Brasil sofreu retrocessos durante os governos de Temer e Bolsonaro

Michel Temer recorreu às redes sociais para rebater uma fala de Luiz Inácio Lula da Silva, que o chamou de "golpista" durante uma entrevista concedida no Uruguai.
Em uma coletiva de imprensa em Montevidéu, o atual presidente afirmou que o Brasil sofreu retrocessos durante os governos de Temer e Bolsonaro.
"Hoje o Brasil tem 33 milhões de pessoas passando fome. Significa que quase tudo que fizemos de benefício social no meu país, em 13 anos de governo, foi destruído em seis ou em sete anos, nos três do golpista Michel Temer, e quatro, do governo Bolsonaro", disparou Lula, que participou de uma reunião com o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, nesta quarta-feira (25).
Após o discurso, Temer se defendeu, explicando que o impeachment de Dilma Rousseff foi uma "pena prevista para quem infringe a Constituição".
"Mesmo tendo vencido as eleições para cuidar do futuro do Brasil, o presidente Luis Inacio Lula da Silva parece insistir em manter os pés no palanque e os olhos no retrovisor, agora tentando reescrever a história por meio de narrativas ideológicas", começou Temer em seu Twitter.
"Ao contrário do que ele disse hoje em evento internacional, o país não foi vítima de golpe algum. Foi na verdade aplicada a pena prevista para quem infringe a Constituição", continuou ele.
No início do mês, o PSDB abriu um processo na Justiça Federal pedindo que o termo "golpe" não fosse usado pelos veículos de comunicação oficiais do novo governo ao se referir ao impeachment de Dilma.
O partido justifica o pedido sob o argumento de que o uso da palavra fere a Constituição e é um ‘ato desprovido de verdade’.
“Golpe, no sentido político, é aquele em que os representantes eleitos são destituídos de seu cargo fora das regras previstas na Constituição Federal”, escreveu o PSDB em nota.