'Será que só eu precisava me tratar?', questiona Karol Conká 4 anos após rejeição histórica no BBB
Rapper curitibana falou sobre deboche, terapia e a volta por cima após a eliminação do reality

A cantora Karol Conká, de 39 anos, relembrou sua participação no Big Brother Brasil 21, quatro anos após ter deixado o programa com a maior rejeição da história do reality: 99,17% dos votos. A rapper curitibana falou abertamente sobre o processo de se reerguer e repensar suas atitudes sem abrir mão de sua personalidade "debochada".
"Lembro que na época do BBB, o meu deboche foi botado muito em pauta. As pessoas questionaram, até demonizaram o meu deboche, sendo que o que as pessoas mais gostariam é de serem debochadas. E o deboche não é para qualquer pessoa. É um comportamento exclusivo de pessoas que têm senso de humor e uma inteligência acima da média", declarou ela entrevista à revista Quem.
A estrela, que está completando 25 anos de carreira, revelou que chegou a duvidar de si mesma diante das críticas que recebeu. "Tentaram me fazer acreditar que precisaria mudar minha personalidade, me 'branquificar'. 'Branquificar' as minhas atitudes, o meu comportamento, para ser mais aceita. E foi aí que tratei melhor ainda do meu lado debochado.”
Karol explicou que a terapia a ajudou a refletir sem deixar de lado a própria identidade. "Entendi que o que precisava não era dosar o meu deboche, era dosar as dores que me causavam a tal da língua de chicote. Que é sobre dor, sobre a falta de paciência, de autocuidado. Com o tempo entendi que o meu deboche é uma bela qualidade."
Sem papas na língua, a rapper alfinetou a hipocrisia do público. "O que mais me baqueou não foi nem o número, a porcentagem, porque entendo que aquilo ali é um jogo. O que me baqueou mesmo foi a hipocrisia do povo brasileiro", disparou.
"Estão lá nas redes clamando por uma mamacita. 'Ai, porque esse jogo tá sem graça, cadê a mamacita?' E penso: 'mas eles querem uma mamacita para quê? Para definhar de novo? Para desejar a morte dessa pessoa?’ Será que, além de hipócrita, o país não é sádico?"
Karol conclui: "Eles exigem dos outros qualidade que eles não possuem. Então, por que que eu vou cair nessa roda, nessa armadilha emocional?"